This article was sent to us by citizen Bruno when he applied for citizenship. The article appeared in a January 2000 edition of a portugese news magazine. The English translation is printed below the Portugese version. No one from the Empire was contacted about this article and it holds several factual errors made by the reporters. They have not been fixed, to keep the article as close as possible to its origional form.


INFORMATICA - 16-01-2000 - 15:50:44

ESPECIAL DOMINGO: Paises virtualmente (in)correctos
A LOSS apresenta-se como as Nacoes Unidas dos paises virtuais Que importancia tem os atomos no ciberespaco? Que importancia tem um pais com territorio? Os paises virtuais nascem todos os dias na web, tendo como fronteiras os "downloads" de imaginacao para a ponta dos nossos dedos. Entre Imperios e Reinos a escolher, nos paises virtuais cada um pode ser o que sempre sonhou ou detestou: politico, jornalista, advogado e mesmo bobo da corte. No fundo, decidir entre a responsabilidade virtual ou a virtude da patetice.

Adoptar outra nacionalidade e agora mais facil. Basta aceder a Web e fazer uma busca por "micronations". Perante os olhos dos utilizadores desfilam listas interminaveis de paises virtuais. Paises para todos os gostos: brincadeiras mais ou menos elaboradas, declaracoes de independencia mais ou menos obstinadas.

Tal como o "Western" serviu para forjar uma Historia norte-americana, tambem os paises virtuais parecem querer contribuir para a construcao das bases de uma mitologia do ciberespaco.

Todas as formas de governacao foram adoptadas para o ambiente virtual: ha monarquias, democracias, ditaduras. Ha paises virtuais marxistas, que se unem com a intencao de assinar um segundo Pacto de Varsovia. Ha blocos regionais de paises virtuais. Tudo o que e real e tambem virtual.
Entre os paises virtuais mais bem sucedidos encontram-se o Imperio de Aerica e o Reino de Porto Claro. Sao dois bons exemplos da variedade a disposicao de quem se quer tornar cidadao de um pais sem terra, cidadao de uma Nacao sem Estado (tambem aqui as semelhancas com a realidade sao evidentes, basta recordar o caso Curdo).

Falta saber se a comunidade de paises virtuais podera algum dia saltar do ciber para o espaco, transpondo as novas barreiras do ciberespaco: se a realidade pode ser virtual, porque nao podera um dia o virtual ser realidade?

Um Imperio chamado Aerica

"Aerica da muita relevancia a patetice. As pessoas que nao conseguem agir desta forma podem entrar na comunidade, mas com algumas restricoes". O aviso esvazia qualquer definicao mais elaborada. O Imperio de Aerica nao e bem uma democracia, "porque esta provado que a democracia nao funciona". Apresenta-se aos cibernautas como a primeira micronacao que se estende para la do planeta Terra, constituida por comunidades virtuais de planetas imaginarios.

O Imperio - regido naturalmente por um Imperador, mas apenas porque a palavra "soa melhor do que Presidente" - foi formado ha onze anos. Controla mais de cem planetas nao habitados, "todos eles catalogados".

A historia de Aerica comeca em Montreal, no Canada. Em 1987, uma crianca de cinco anos teve a ideia de criar uma cidade, baptizando-a de Aerica (uma corruptela do seu nome, Eric). Com o passar dos anos, "a medida que Eric se tornava cada vez mais pateta", o Imperio de Aerica cresceu rapidamente, tornando-se tambem ele "cada vez mais pateta". Em 1991, os mentores deste projecto introduziram uma nova ideia: o Grande Pinguim, uma figura sem corpo fisico, "comparavel a figura-referencia judaico-crista".

Mas nao se pense que o Imperio de Aerica se baseia apenas na imaginacao. Seguindo a linha do imprescindivel discurso pateta, a soberania de Aerica estende-se a 1500 metros quadrados de terra em Marte, "reconhecida pelas Nacoes Unidas, pelos EUA, pela Russia e por mais alguns paises". Para visitar o elo marciano do Imperio, basta seguir as coordenadas 10-11 graus Sul e 220-221 graus Este. Mas os dominios de Aerica tambem chegam a tocar o Planeta Terra. O Imperio reclama a soberania sobre um metro quadrado de territorio no nosso planeta, "cuja localizacao se altera constantemente", para alem de reclamar uma pastagem de vacas.

Mas o Imperio de Aerica - auto-definido como "o Monty Python das micronacoes" - e apenas uma das variantes do enorme conjunto de paises virtuais da Internet.

Ser alguem no Reino de Porto Claro

Para quem procura algo menos pateta, pode comecar pelo Reino de Porto Claro, um pais virtual teoricamente localizado na Guiana Francesa, perto da fronteira com o Brasil, num local chamado Pointe Behague.

Ao contrario do Imperio de Aerica, Porto Claro tem uma forma de governo bem definida. Uma monarquia parlamentar, que dirige uma sociedade bilingue e aristocratica, formada a partir da colonizacao franco-portuguesa.

O Reino de Porto Claro saiu da imaginacao de Pedro Aguiar, um estudante brasileiro do Rio de Janeiro. Um dos principais objectivos do Reino e proporcionar aos seus cidadaos a oportunidade de serem "o que nao conseguem nas suas vidas normais": politicos, advogados, jornalistas ou empresarios.

Como qualquer outro pais, o Reino de Porto Claro ja passou por momentos dificeis. O dia 11 de Fevereiro de 1998 marca a data da Restauracao da monarquia constitucional, iniciada pelos seguidores de Pedro Aguiar, contra o Governo entao no poder, que pretendia "estabelecer uma republica podre". Ao fim de quatro dias de conflitos, Aguiar regressou ao posto de primeiro-ministro e corou Joao Marcelo, que se tornou no Rei Joao II.

Quanto aos direitos de cidadania, o Reino de Porto Claro apresenta uma interessante mistura entre um enquadramento repressivo e uma liberdade ao alcance de poucos paises reais. A monarquia nao e "excessivamente repressiva", porque "o povo portoclarense e obediente e raramente discorda das decisoes governamentais" explicou ao uLTIMA HORA Pedro Aguiar, "primeiro ministro" do Reino Porto Claro. A religiao e proibida e qualquer manifestacao religiosa pode ser punida com a expulsao do Reino. Mas os cidadaos homossexuais "gozam dos mesmo direitos dos cidadaos heterossexuais, incluindo o direito ao casamento, ao divorcio, a adopcao e a demonstracao publica de actos libidinosos".

Por Alexandre Martins

As grandes potencias entre os virtuais

Listagem dos paises filiados na Liga dos Estados Dissidentes (LOSS), uma especie de Nacoes Unidas dos paises virtuais.

Republica de Amador
Republica de Baja Arizona
Reino de Cherusken
Imperio de Identidem de Lati
Republica de Marajo
Reino de Merovingia
Reino de Morovia
Principado de Orange
Inner Realm de Patria
Commonwealth de Port Colice
Sagrado Imperio de Reuniao
Rugen Reich
Zarahemla


Virtual Countries
"LoSS" is like the U.N. of virtual countries. Does a country without land have any importance? Is it worth atmos in Cyberspace? Virtual countries are formed every day on the web, having borders in the downloads of imagination in the tips of our fingers. Between empires and kkingdoms to choose from, in the virtual countries everyone can be what they always wanted to be: Politicians, lawyers, or even a court jester. In the end a descision has to be made between virtual respinsibility and virtual silliness.

To adopt a new nationality is much easier now. Enter the web and look for micronations. In front of users are lists of virtual countries. Countries for all tastes, with more or less elaborate independence and more or less stubborness. Like the West used to want to contribute to North American History, so do virtual countries want to contribute to build bases of cyberspace mythology. All kinds of governments have been adopted by virtual countries: monarchies, democracies, dictaorships... There are virtual marxist countries which would like to come up with a new Warsaw Pact. There are many virtual countries. All that is real is also virtual. Amongst the most succesful countries are the Aerican Empire and the Kingdom of Porto Claro. These are two good examples of the vaierty at somebody's disposal to become a citizen or c country without land, citizen of a nation without government. Virtual countries may one day be able to jump from cyber to space taking the new barriers to Cyberspace. If the reality could be virtual, why not one day the virtual becomes a reality?

An Empire called Aerica

Aerica gives emphasis on silliness. People who cannot act this way can join this community, but with some restrictions. The Aerican Empire is not quite a democracy, because it is proven that democracy does not function. It presents itself to the cybernations as the first micronation to go beyond our planet, made up of virtual communities from imaginary planets.

The Empire of course has an emperor but only because it sounds better than president. It was formed 11 years ago and controls more than 100 planets with no people.

Aerica's history starts in Montreal, Canada. In 1987, one 5 year old had the idea to create a city which he baptised Aerica because as a curruption of his own name, Eric. Years passed, and as Eric became more silly, the Aerican Empire grew rapidly and became more silly too.

In 1991 the rulers of this project introduced a new idea: The Great Penguin, a non-corporeal being subservient to a being most closely comparable to the Judeo-Christian god. But we don't think that the Aerican Empire is based only in the imagination, following the silly line, the silly speech. The sovereignty of Aerica is 1500 meters square, on Mars, recognised by the U.N., U.S., Russia and other countries. To visit the Martian colony, you only have to follow the coordinates 10-11 degrees South and 220-221 degrees East, but the Aerican domains can also touch the Earth. The Empire claims one meter of our planet and has changed location several times.

The Aerican Empire is defined as the Monty Python of Micronations. It is one of the variations of the giant group of virtual countries on the internet.

To become somebody in the Kingdom of Porto Claro

For somebody who likes less silliness, they can start with the Kingdom of Porto Claro, a virtual country theoretically located in French Guinea,near the border with Brazil, in a place called Pointe-Behague.

Contrary to the Aerican Empire, Porto Claro has a very defined form of govrnment. A parlimentary Monarchy that directs an aristocratic and bilingual society, formed by descendants of Portugese and French settlers.

The Kingdom of Porto Claro started off from Pedro Aguiar's imagination, a brazillian student in Rio de Janiero. One of the Kingdom's principal objectives is to give to all citizens an opportunity to become what they could not be in their real lives.

Like another country, the Kingdom of Porto Clarowent through very hard times. In February 1998 the monarchy was restored by Pedro Aguiar, followers against the government wanted to destabalize Porto Claro. After four days of conflict, Aquiar returned to power as a prime minister and crowned Joao Marcelo who became king Joao II.

A monarchy is not excessivly repressive because the people from Porto Claro are obedient and not often complain against any descision, explains Aguiar to newspapers.

All the Kingdom's citizen's rights represent a very interesting mixture between repression and libertynot in the reach of many real countries.

The religion is forbidden and any religious demonstrations can be punished by with expulsion from the Kingdom. But the homosexuals have the same rights as the heterosexuals have, including the right of marriage, divorce, adoption, and public demonstrations of libidinous acts.


Back to the Aerica main page Back to the Museum!